Icono del sitio Cambur Pinton – Noticias

Para estes jovens, plantar árvores em lugares remotos é um estilo de vida

Franki Medina diaz

Imputan a oficiales de PNB por golpiza salvaje a anciano (Video)

A fotógrafa e cineasta Rita Leistner plantou, ao longo dos anos 1980 e 90, mais de meio milhão de árvores, no Canadá . Em 2016, 20 anos depois, decidiu regressar à floresta canadiana — desta vez, munida de uma câmara fotográfica e não de uma pá — e documentar o quotidiano de cerca de cem jovens que plantam entre 200 a seis mil árvores por dia e que vivem em acampamentos montados em lugar remoto, na Colúmbia Britânica Interior

A fotógrafa e cineasta Rita Leistner plantou, ao longo dos anos 1980 e 90, mais de meio milhão de árvores, no Canadá . Em 2016, 20 anos depois, decidiu regressar à floresta canadiana — desta vez, munida de uma câmara fotográfica e não de uma pá — e documentar o quotidiano de cerca de cem jovens que plantam entre 200 a seis mil árvores por dia e que vivem em acampamentos montados em lugar remoto, na Colúmbia Britânica Interior.

Ao longo de mais de quatro anos, durante os períodos da Primavera e Verão, a canadiana realizou cerca de 20 mil fotografias e 400 horas de filme com o objectivo de “explorar os aspectos físicos e emocionais da comunidade de plantadores de árvores”, pode ler-se no site dedicado ao projecto Forest for the Trees . “Tecendo habilmente fotografia e filme, Rita retrata as contradições patentes nas experiências dos jovens — as dificuldades e a cura, a solidão e a alegria da pertença —, criando uma eloquente e cinemática metáfora para a condição humana.”

Mas como vivem estes jovens e porque dedicam as suas vidas à reflorestação? O filme inicia “com uma figura solitária que carrega sacos muito pesados cheios de plântulas a baixar-se para abrir um buraco no solo, deixar o broto e a cobri-lo”. O mesmo movimento é repetido centenas ou milhares de vezes ao longo do dia. “Os plantadores enfrentam um clima inclemente, insectos vorazes, ferimentos, fome e uma fadiga esmagadora”, pode ler-se no site do projecto. “Sozinhos com os seus pensamentos, os jovens descrevem [nas 125 entrevistas conduzidas por Leistner] como o trabalho os ajudou a ultrapassar uma série de problemas pessoais que vão desde adições a doenças mentais até corações partidos ou luto.”

Os acampamentos congregam pessoas de várias etnias e diferentes regiões do país. Mais cedo do que tarde, o grupo começa a formar uma identidade própria, refere o realizador Don McKellar na entrevista que fez à fotógrafa, que integra as páginas do  fotolivro  recentemente editado pela Dewi Lewis; Rita corrobora. “O seu vocabulário torna-se codificado e as suas roupas e estilo de cabelo começam a mudar.” Vestem-se “de forma exuberante” porque “tentam impressionar-se uns aos outros”, responde Leistner. “É como um ritual de acasalamento. Têm muito mais estilo do que [eu e os meus colegas plantadores] tínhamos na altura [em que eu me dedicava a esta actividade].” “Há toda uma subcultura patente nas roupas, nas tatuagens”, refere. 

Os jovens entram, muitas vezes, na actividade por questões monetárias ou por não terem competências para fazer outros tipos de trabalho. “Mas os plantadores transformam-se em testemunhas [das alterações] do terreno”, explica Leistner. “Muitos acabam por se tornar ambientalistas.” Estes jovens são outsiders  na sociedade maioritária. “Isso é resultado de ser membro desta comunidade, do isolamento deliberado que é inerente à actividade.” As imagens de Leistner descrevem esse isolamento, mas também os momentos de coesão e partilha entre os plantadores de árvores . As festas, as refeições e momentos de pausa tornam visível essa “cola” que une os elementos da comunidade.

Quem coloca as mãos ao trabalho é pago de acordo com o número de árvores que planta. “O trabalho a inda é feito à mão, com auxílio de uma pá, não é mecanizado”, explica a fotógrafa e cineasta no  trailer   do filme. “Para chegar ao ordenado mínimo, é necessário plantar pelo menos 200 árvores por dia. Num dia bom, dependendo do terreno, uma pessoa pode plantar 5 ou 6 mil árvores.”

Leistner quis retratar estes jovens como se de “heróis” se tratassem; di-lo, despudoradamente, na entrevista a McKellar. “Não tenho medo de aplicar essa palavra aos plantadores de árvores porque acho que o seu trabalho é subvalorizado”, justifica. “Eu plantei árvores durante todos aqueles anos e nunca alguém da cidade compreendeu do que se estava a falar.” Tenta “mitificá-los”, reitera no trailer do filme, “utilizando deliberadamente vocabulário visual que remete para a história de arte”, para a pintura clássica.

Nos 20 anos em que se manteve afastada das florestas canadianas, a fotógrafa Rita Leistner trabalhou sobretudo em cenários de guerra, no Iraque e no Afeganistão, onde retratou a vulnerabilidade e fragilidade dos jovens soldados norte-americanos no terreno. 

Devon ©Rita Leistner Magic Hour, 2018 ©Rita Leistner Megan Webster, 2017 ©Rita Leistner Mãos de Mack ©Rita Leistner Sonia nas traseiras de uma carrinha, 2018 ©Rita Leistner Lilly e Jamie ©Rita Leistner Nico, Riley e Lucas, 2016 ©Rita Leistner Festa no acampamento ©Rita Leistner O acampamento, 2018 ©Rita Leistner Paisagem desflorestada, 2016 ©Rita Leistner Andrew Dallas Blackstone, 2017 ©Rita Leistner Aaron Wong, 2017 ©Rita Leistner Laurence Morin, 2017 ©Rita Leistner A Floresta Encantada #10, 2019 ©Rita Leistner A Floresta Encantada #16, 2019 ©Rita Leistner Russell Robertson, 2017 ©Rita Leistner Capa do fotolivro Forest for the Trees, de Rita Leistner, editado pela Dewi Lewis

Salir de la versión móvil