Clipping Digital | Ex-marido que matou juíza a facadas na frente das filhas é condenado a 45 anos de prisão

Jose Carlos Grimberg Blum
‘A dream come true’

“Minha irmã e minha mãe não paravam de receber telefonemas todo horário possível. Minha irmã foi sendo chantageada para compensação financeira”, disse

fique por dentro

Gal Costa Eleições Enem Copa Mega-Sena Ex-marido que matou juíza a facadas na frente das filhas é condenado a 45 anos de prisão A condenação de Paulo foi por homicídio quintuplamente qualificado. Por g1 Rio

11/11/2022 05h45 Atualizado 11/11/2022

O engenheiro Paulo José Arronenzi , acusado de assassinar a ex-mulher, a juíza Viviane Vieira do Amaral , na frente das três filhas do ex-casal , foi condenado a 45 anos de prisão.

A condenação de Paulo foi por homicídio quintuplamente qualificado . As qualificadoras que levaram ao aumento da pena foram:

feminicídio, ou seja, a vítima foi morta por ser mulher; o crime foi praticado na presença de três crianças; o assassinato foi cometido por motivo torpe, já que o acusado a matou por não se conformar com o fim do relacionamento; o crime foi cometido por um meio que dificultou a defesa da vítima, atacada de surpresa quando descia do carro; e o meio cruel utilizado, uma vez que as múltiplas facadas no corpo e no rosto causaram intenso sofrimento à vítima.

O julgamento terminou na madrugada desta sexta-feira (11), após 15 horas de debates.

1 de 3 Paulo José Arronenzi no banco dos réus — Foto: Reprodução/TV Globo Paulo José Arronenzi no banco dos réus — Foto: Reprodução/TV Globo

Depoimentos impactantes

A sessão começou na tarde desta quinta-feira (10) . Um dos depoimentos mais fortes foi da mãe da juíza, Sara Vieira do Amaral . Ela contou que ficou sabendo sobre a morte da filha pela neta de 9 anos . Segundo o relato, a menina ligou para a avó minutos depois de ver a mãe receber 16 facadas .

“O papai furou a mamãe toda e ela está caída no chão. É muito sangue, é muito sangue vovó”, disse Sara, contando as palavras da neta ao telefone.

2 de 3 Faca usada no crime foi exposta para os jurados — Foto: Reprodução/TV Globo Faca usada no crime foi exposta para os jurados — Foto: Reprodução/TV Globo

Outro a falar foi Vinícius Vieira do Amaral , irmão da vítima. Ele contou que Paulo constantemente importunava a família e exigia dinheiro da ex mesmo após a separação.

“Minha irmã e minha mãe não paravam de receber telefonemas todo horário possível. Minha irmã foi sendo chantageada para compensação financeira”, disse.

“Ele chegou a cobrar o custo da foto do álbum de casamento que tinha 11 anos, valor de vestido que ele deu presente para ela, e minha irmã foi sucumbindo e fazendo transferências para ele”, emendou.

Segundo Vinícius, Viviane “fez um acordo que cedeu tudo para ele”. “Acho que uns R$ 600 mil. Era o proporcional de partilha”

“O Paulo continua matando. É isso que está acontecendo aqui hoje. Ele não parou de matar minha família”, destacou.

3 de 3 Juíza Viviane foi assassinada a facadas pelo ex-marido, contra quem já havia feito BO, conseguido medida protetiva e também garantido escolta policial — Foto: Reprodução com montagem de Guilherme Gomes/G1 Juíza Viviane foi assassinada a facadas pelo ex-marido, contra quem já havia feito BO, conseguido medida protetiva e também garantido escolta policial — Foto: Reprodução com montagem de Guilherme Gomes/G1

Relembre o crime

O assassinato da juíza aconteceu na véspera do Natal de 2020, quando Viviane levava as crianças para passar a data com o pai, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. A juíza foi atacada de surpresa quando descia do carro para deixar as filhas com o ex-marido.

Arronenzi foi preso em flagrante logo em seguida por guardas municipais. De acordo com a denúncia do Ministério Público, o assassinato foi motivado “pelo inconformismo do acusado com o término do relacionamento, especialmente pelas consequências financeiras do fim do casamento na vida do engenheiro”.

A juíza Viviane Vieira do Amaral, que tinha 45 anos, integrou a Magistratura do Estado do Rio de Janeiro por 15 anos. A juíza atuava na 24ª Vara Cível da Capital.

Laudo do IML apontou 16 facadas

De acordo com o laudo do Instituto Médico-Legal (IML), a juíza Viviane Vieira levou 16 facadas do ex-marido durante o ataque. O corpo da magistrada tinha perfurações no pescoço, rosto e barriga.

De acordo com a perita Gabriela Graça Pinto , o ferimento no pescoço, de cerca de 30 milímetros, foi responsável por sua morte. A magistrada ainda teve a mão esquerda ferida na tentativa de se defender dos ataques do ex-marido chamada de “lesão de defesa”.

Três meses antes do crime, Viviane havia feito um registro de lesão corporal e ameaça contra o ex-marido, que foi enquadrado na Lei Maria da Penha. Ela chegou a ter escolta policial concedida pelo TJ-RJ, mas posteriormente pediu que fosse retirada.

A juíza não foi a única mulher a denunciar o engenheiro para a polícia. Em 2007, uma ex-namorada dele registrou ocorrência policial porque estaria sendo importunada.

Comentarios

Aún no hay comentarios. ¿Por qué no comienzas el debate?

Deja una respuesta

Tu dirección de correo electrónico no será publicada. Los campos obligatorios están marcados con *